"Doutor, essa dor de cabeça... é normal?"
- Gustavo Dias Santiago de Amorim
- 4 de mai.
- 2 min de leitura
A pergunta vem com frequência. Às vezes no meio da consulta, às vezes na saída, com a mão na maçaneta. Quase como quem pede desculpa por insistir.
E eu entendo. Porque dor de cabeça parece banal, quase todo mundo tem. Mas, no fundo, você sabe quando algo não está certo. Quando a dor te visita mais vezes do que devia, quando ela muda de cara, ou quando começa a atrapalhar a sua vida.
Então vamos conversar com calma.
Algumas dores vêm devagarinho, como um aperto no fim do dia.
A tensão acumulada nos ombros, o maxilar que nem percebemos que está travado, a luz da tela que não deu trégua. Essa é a dor tensional — um lembrete sutil (ou nem tanto) de que você precisa pausar.
Outras chegam como tempestade.
Latejam, fazem o mundo parecer claro demais, barulhento demais, insuportável.Vêm com náusea, com vontade de se esconder num quarto escuro. Essas são as enxaquecas e elas merecem respeito. São mais do que uma dor: são um estado do corpo pedindo silêncio e cuidado.
Há também as que assustam.
Aquelas que surgem de repente, como um trovão na cabeça. Ou que aparecem junto com visão turva, fala enrolada, confusão. Essas não são normais.Essas precisam de atenção imediata.
E tem aquelas que vêm porque a gente já se medicou demais. Porque tentou calar a dor sem ouvir o que ela dizia. E aí ela volta, todos os dias, como quem cobra uma escuta. Esse é o paradoxo das dores causadas pelos próprios remédios, que só passam quando a gente muda a estratégia, com orientação, com paciência.

O que eu quero te dizer com tudo isso é simples: Dor de cabeça é comum, sim.
Mas se ela tem frequência, intensidade, ou características que te preocupam, ela merece ser entendida.
E você não precisa lidar com isso sozinho.
Vamos juntos descobrir que tipo de dor é essa, de onde ela vem, e o que podemos fazer para que ela não tome conta da sua vida.
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